AUGUSTO STRESSER

AUGUSTO STRESSER

ÓPERA SIDÉRIA


A ópera SIDÉRIA fez estreia em 03 de maio de 1912, no Teatro Guayra (prédio antigo, hoje Biblioteca Pública do Paraná), na cidade de Curitiba/PR.

Obra de Augusto Stresser, foi originariamente escrita em 1909 em dois atos, em partitura para piano e vozes. Posteriormente, recebeu acréscimo de um terceiro ato e orquestração de Léo Kessler, adquirindo a forma final como foi apresentada a partir de 1912.

A ópera tem como pano de fundo a Revolução Federalista, que as cidades de Curitiba e Lapa haviam vivenciado poucos anos antes, com dramaticidade, no confronto conhecido como Cerco da Lapa. Por sua vez, o libreto conta a história de um amor romântico e trágico, no triângulo amoroso entre a jovem Sidéria, o idealista Alceu e o apaixonado Juvenal.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

MAESTRO KESSLER - a orquestração que mudou a história da cultura paranaense


Como sabemos, a ÓPERA SIDÉRIA começou com o libreto de Jayme Ballão, sobre o qual Augusto Stresser compôs uma pequena ópera em dois atos. Mas a obra só foi finalizada, quando orquestrada pelo Maestro Kessler, que interessou-se pela composição ao passar em temporada pela cidade, com sua Companhia de Operetas Alemã Paderewisky. 


Wilson Lemos Junior (IFC / PUC-PR) e Maria Elisabeth Blanck Miguel (PUC-PR) disponibilizaram on line, um estudo intitulado O CONSERVATÓRIO NACIONAL DE CANTO ORFEÔNICO COMO INSTITUIÇÃO MODELO E A EXPERIÊNCIA NO PARANÁ, uma bem escrita história que nos ajuda a conhecer melhor a história da ÓPERA SIDÉRIA.

Neste trabalho, a fls 04, inclui-se uma pequena biografia do Maestro Kessler, onde lemos que:




Leonard Kessler nasceu em 1881 na Suíça tendo estudado música no Conservatório de Paris. Na Europa chegou a ser regente da Orquestra do Teatro Imperial de Riga. Como diretor de orquestra da Companhia de Operetas Paderesky, fez excursões pela América Latina e acabou se fixando em Curitiba, agitando a cena musical local.


Rubens Marques Farias, em sua dissertação Orquestra Sinfônica do Paraná - da Ópera Sidéria à Sagração da Primavera - Curitiba 1912 a 2012, também traz a curiosa informação, a fls 36, de que:


A Companhia se apresentou no antigo Theatro Guayra. Depois destas apresentações, a Companhia dissolveu-se; porém Kessler e o tenor Jorge Wulcherpfennig optaram por ficar na capital paranaense.


Jorge Wulcherpfennig

Voltando ao trabalho de Wilson Lemos Junior e Maria Elisabeth Blanck Miguel, a fls. 04 do trabalho divulgado on line, O CONSERVATÓRIO NACIONAL DE CANTO ORFEÔNICO COMO INSTITUIÇÃO MODELO E A EXPERIÊNCIA NO PARANÁ, como o Maestro Kessler continuou movimentando a vida cultural curitibana.

Explicam os estudiosos, a fls 03 e 04 do citado estudo, que:


Leonard Kessler havia aproveitado o grande sucesso da estreia da ópera Sidéria, música de Augusto Stresser e libreto de Jayme Brandão na qual ficou responsável pelos arranjos orquestrais e pelos ensaios, no ano de 1912 na cidade de Curitiba. Isso consolidou sua reputação de músico e professor respeitado, facilitando assim a criação e o posterior sucesso do Conservatório do Paraná passando a se chamar em 1916 de Conservatório de Música do Paraná. 

(...)

Apesar de criado no ano de 1956, pode-se dizer que o Conservatório Estadual de Canto Orfeônico teve sua origem no Conservatório de Música do Paraná, criado em 1913 cujo diretor primeiramente foi o maestro Leonard Kessler e posteriormente Antônio Melillo. É certo que no início do século, as escolas de música eram em sua maioria, de caráter particular nas quais ou reuniam-se dois ou três músicos que organizavam as aulas, ou eram instituições compostas por um grupo maior liderado por um professor. Foi nessa segunda situação que o músico Leonard Kessler, conhecido como Léo Kessler criou em 1913 o Conservatório do Paraná. Segundo SAMPAIO: 

Os grandes músicos da época foram convidados para formarem o corpo docente: a pianista Amélia Henn dirigia a classe de piano; o prof. Seyer, a classe de violino; o prof. Wucherpfenning, canto; e o prof. Barletta, violoncelo. E mais: o maestro Romualdo Suriani, as jovens Ruth Pimentel, Maria José Assumpção, Ignez Colle, Margarida Silva, entre outros. Com a ida do maestro Kessler para Santa Catarina, a direção do Conservatório passou para o prof. Seyer. E, após a morte de Kessler assumiu o prof. Antônio Melillo, ficando como diretor até a extinção daquela casa de ensino.
Em 1913 fundou o Conservatório do Paraná que já no primeiro ano de funcionamento atraiu mais de 200 alunos. Convidou os melhores músicos da terra para nele lecionarem, o que aumentou ainda mais seu prestígio. Grande a colaboração que recebeu o prof. Ludovico Seyer (SAMPAIO, 1980, p.159-160).


Alguns componentes da orquestra de estréia da ÓPERA SIDÉRIA. Estão presentes LEO KESSLER (maestro) o 4º da 1ª fila da esquerda para a direita. AUGUSTO STRESSER (compositor) o 5º da 1ª fila. JAYME BALLÃO (libretista) o 4º da 2ª fila da esquerda para a direita.


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