Quando
o século XX começou, os cosméticos ainda priorizavam os branqueadores líquidos
e em creme. A pele impecavelmente alva ainda era um distintivo das mulheres de
classes abastadas, diferenciando-as das trabalhadoras que, trabalhando sob o
sol, tinham a pele bronzeada.
Porém, os ares de modernidade tornavam a tintura,
aos poucos, aceitável. Tudo muito moderado, é claro, já que somente prostitutas
e atrizes ousavam ostentar cores fortes. Assim, em conjunto com a perfumaria, elaborados penteados e ostensivos chapéus, a técnicas de uma delicada
coloração passaram a ser parte do repertório feminino.
A
palheta de cores se ampliou: tons de marrom, amarelo e roxo eram diluídos com
talco, usados para acentuar a pele pálida, transparente e delicada da beleza
vitoriana que todas as mulheres elegantes desejavam, e para obtê-lo, cosméticos
manufaturados tornavam-se produtos de desejo. A opção caseira era utilizar suco
de limão como um tônico, na pele.


E para disfarçar imperfeições,
vários tipos de depiladores e cremes para a pele, que preparados com arsênico,
serviam para espinhas, sardas, rugas, cravos, pele avermelhada e palidez. Para
cobrir as marcas de varíola (bastante comuns na época), o bálsamo de bétula. Para
as unhas, já existiam pastas, mas ainda sem cor.
E enquanto Augusto Stresser compunha
sua ÓPERA SIDÉRIA, longe daqui, em Paris, François Coty lançou ao mundo, o que
viria a ser uma das mais influentes indústria de cosméticos do século.
Em 1909,
a loja Selfridges, que tinha acabado de inaugurar, tornou-se a primeira loja que
colocou cosméticos na vitrine, e disponibilizou produtos para que as clientes
pudessem experimentar as cores. Toda uma linha de pós, rouges, bálsamos labiais
deixaram os esconderijos das gavetas, para em seu lugar aparecer atrativamente
nos balcões, fazendo enorme sucesso.
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