AUGUSTO STRESSER
nasceu em 18 de julho de 1871. Era o caçula dos sete filhos de Theodoro
Stresser, um alemão nascido em Walferding/Luxemburgo que emigrou para o Brasil
com apenas três anos de idade, final da década de 1820, e de Izabel Pletz
(também conhecida como Luiza), também
descendente de alemães, mas já nascida no Brasil. A família morava em Curitiba,
estado do Paraná/BR, numa casa ampla na esquina da Rua da Carioca (hoje Rua
Riachuelo) e Rua dos Alemães (hoje Rua 13 de Maio). Theodoro, pai de Augusto
Stresser, era proprietário de uma olaria no Bacacheri, onde iniciou a
fabricação das elegantes telhas tipo “Marselha”, a primeira indústria do gênero
no Paraná.
THEODORO E IZABEL STRESSER (foto divulgada na Wikipédia, em casal Stresser) |
A
vida de AUGUSTO STRESSER foi marcada, primeiro, pelas dificuldades de saúde.
Nasceu prematuro, aos oito meses de gestação. Mal completava um ano de idade, e
já estava desenganado pelos médicos da família. Seus pais então recorreram às
recomendações do médico da imperatriz Thereza Christina Maria, Dr. Rocha Lima,
que passava pela capital. Seguindo seus conselhos, o bebê sobreviveu. Aos três
anos de idade, Augusto sofreu ameaça de tifo e foi tratado pelo Dr. João Manoel
da Cunha, médico homeopata. Augusto Stresser viveu até os 47 anos de idade, e faleceu
em 18 de novembro de 1918, vítima da epidemia de gripe espanhola.
Chegando
à idade adulta, Augusto Stresser casou-se com a jovem Ernestina Gaertner, com
quem teve oito filhos: Cecília, Ary, Zuleika, Adherbal, Sidéria, Gastão,
Guiomar e Milton. Tornou-se funcionário público, e como tal trabalhou toda sua
vida adulta, na área fazendária, onde começou como praticante de tesouraria,
fazendo carreira até chegar a contador fiscal do Paraná. Exerceu, várias vezes,
o cargo de Delegado Fiscal do Estado do Paraná.
AUGUSTO STRESSESR (foto divulgada na Wikipédia, em Augusto Stresser) |
Mas
nem a família extensa ou o trabalho, comprometiam o envolvimento apaixonado de
Augusto Stresser com a arte. Desde pequeno, demonstrava talento para as belas
artes. Consta que aos oito anos já se interessava pela fotografia e pela
música, e ganhou do irmão Jéca (José Theodoro) uma flauta, que logo aprendeu a
tocar. Mais tarde, aprenderia também a tocar flautim, contrabaixo e piano.
Além da música, Augusto Stresser também gostava de escrever, desenhar, esculpir e de pintar. Estudou pintura, escultura e música no Conservatório de Belas Artes, instalado em Curitiba por Paulo Assunção, e colocou todo seu talento em prática, deixando para a posteridade inúmeras obras, seja como músico, compositor, e ainda pintor (telas a óleo), artista plástico (litografias e desenhos), fotógrafo, jornalista, poeta e escritor.
Já adulto, seu amor pela música o levou a ser um dos fundadores do GRÊMIO MUSICAL CARLOS GOMES (criado em 28 de maio de 1893), ao qual se dedicou intensamente, como sócio e também como presidente, cargo que exerceu por longo tempo. Na fundação do grêmio, a sede social foi instalada na propriedade do professor alemão C. Krueckmann, uma sala num prédio da Rua Riachuelo, tão pequena que mal cabiam dez pessoas mais bancos e estantes algo improvisadas, iluminada com lampiões emprestados. Mesmo assim, os membros tenazmente constituíram uma orquestra que, apesar da simplicidade das instalações, fez história e vários concertos nas sociedades musicais da época, nos anos subsequentes. Em dezembro de 1899, o Grêmio Musical Carlos Gomes já tinha 413 sócios. Stresser também tocava na orquestra da Catedral Metropolitana de Curitiba.
Augusto Stresser, foto divulgada no artigo juvevê em sintonia |
Como
compositor, autodidata, a obra mais conhecida (mas não a única), é a ÓPERA
SIDÉRIA, considerada a primeira ópera paranaense.
Recorte da terceira folha, do jornal Diário da Tarde de 02 de maio de 1912. Pesquisa realizada na Seção de Documentação Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná |
Durante
sua vida, Augusto Stresser também foi jornalista e ilustrador do jornal O
GUARANY, do qual foi diretor em 1891, com apenas 21 anos de idade. Neste
periódico, Stresser publicou parte de seu trabalho como artista plástico,
considerado de excelente qualidade artística. Ainda, em parceria com Leite
Júnior, publicou no jornal A FANFARRA, e colaborou no jornal DIÁRIO DA TARDE de
Curitiba/PR e no jornal O ITIBERÊ de Paranágua/PR.
Como escultor, junto com amigos, Stresser gostava de moldar figurinhas com o barro das olarias de seu pai. Conta-se que entre os tijolos que secavam nas prateleiras, encontrou-se bustos humanos e figuras de animais, entre estes o busto de Benjamin Constant feito por Sylvio Schleder, e de Couto Rocha e de Verdi, feitos por Augusto. Na escultura, a obra mais famosa de Stresser é a medalha comemorativa do “cincoentenário” da elevação do Paraná à Província, quando tirou o primeiro lugar no concurso para tal realizado pelo Governo do Estado, em agosto de 1903. Também expôs bustos de Apolo e Vênus em mostra de Alfredo Andersen, junto com dois ornamentos arquitetônicos (obras ainda preservadas pela família).
FONTE:
Boletim Informativo da Casa Romário Martins – Curitiba - Vol. XIX, nr 99,
setembro/1992. AUGUSTO STRESSER E A ÓPERA SIDÉRIA.
OBSERVAÇÃO:
há parte da pesquisa citada, publicada na Wikipédia, endereço eletrônico: Augusto Stresser
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