MODA
FEMININA EM 1909 – 1912
No
século XX, a moda feminina tornou-se tendência e objeto de desejo e consumo, e
passou por transformações substanciais. No início do século, espartilhos
apertadíssimos davam às mulheres elegantes a sinuosa forma em “S”, com a
cintura muito fina, os seios projetados para frente entre nuvens de rendas e
babados, e os quadris projetados para trás.
Circa 1908. |
Já por volta de 1908, os espartilhos e as saias longas e amplas começaram a ser
ligeiramente modificadas, tornando-se mais lineares. O busto já não era tão
empurrado para frente, nem os quadris tão para trás.
Em
1910, o Balé Russo apresentou com grande sucesso e repercussão, a obra Schéhérazade, com guarda roupa criado
por Leon Bask. E estudiosos apontam este ballet, como o evento significativo
para a onda de orientalismo que modificou substancialmente a moda feminina dos
anos subseqüentes.
Os
tons claros e malvas foram abandonados, em favor de cores fortes e até
espalhafatosas. Drapeados suaves substituíram os antigos corpetes rígidos e
saias em forma de sino. As saias ficaram estreitas na base, afuniladas a tal
ponto que as mulheres não conseguiam dar passos maiores que cinco ou oito
centímetros. Mais curtas, deixavam aparecer botas delicadas, e as rendas do
período precedente foram substituídas pelos botões, pregados como decoração até
em lugares inusitados.
Com
as saias estreitas, usavam-se chapéus muito grandes, enfeitados com plumas,
peles ou flores artificiais, o que produzia o efeito de estreitar ainda mais os
quadris. A silhueta, em total contraste com os figurinos da moda precedente,
era a de um triângulo com a base para cima.
No ano de 1912, enquanto em
Curitiba(PR) estréia a Ópera Sidéria, em Paris foi lançada a “La Gazette Du Bon
Ton”, revista de moda direcionada para a elite da época, feita em papel de boa
qualidade, com ilustrações dos melhores costureiros. Em seu conteúdo, além da
moda, também artigos de estilo e beleza.
O título da revista, evocando
requinte e bom gosto ao conceito francês, tinha como objetivo trazer para o
universo da moda, o reconhecimento como uma expressão de arte, assim como a
pintura, escultura ou desenho. O primeiro editorial da revista, afirmava; “A roupa de uma mulher é um prazer para os
olhos que não pode ser considerado inferir ao de outras artes.”
(“La Gazette Du Bon Ton”, capa da primeira edição/1912) |
Todo o encanto da moda da época, conferimos na foto de Josepha de Freitas, a soprano que interpretou a personagem THILDE, na primeira montagem da Ópera Sidéria, em 1912.
Josepha de Freitas – atriz da primeira montagem de Sidéria, interpretando Thylde. |
SAIBA
MAIS
A
roupa e a moda, Uma história concisa. LAVER, James. Tradução Glória Maria de
Mello Carvalho, Ed Companhia das Letras, 1990
http://blog.mulhersingular.com.br/tag/moda-de-1800/
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