Como sabemos, a ÓPERA SIDÉRIA começou com o libreto de Jayme Ballão, sobre o qual Augusto Stresser compôs uma pequena ópera em dois atos. Mas a obra só foi finalizada, quando orquestrada pelo Maestro Kessler, que interessou-se pela composição ao passar em temporada pela cidade, com sua Companhia de Operetas Alemã Paderewisky.
Wilson Lemos Junior (IFC / PUC-PR) e Maria Elisabeth Blanck Miguel (PUC-PR) disponibilizaram on line, um estudo intitulado O CONSERVATÓRIO NACIONAL DE CANTO ORFEÔNICO COMO INSTITUIÇÃO MODELO E A EXPERIÊNCIA NO PARANÁ, uma bem escrita história que nos ajuda a conhecer melhor a história da ÓPERA SIDÉRIA.
Neste trabalho, a fls 04, inclui-se uma pequena biografia do Maestro Kessler, onde lemos que:
Leonard
Kessler nasceu em 1881 na Suíça tendo estudado música no Conservatório de
Paris. Na Europa chegou a ser regente da Orquestra do Teatro Imperial de Riga.
Como diretor de orquestra da Companhia de Operetas Paderesky, fez excursões
pela América Latina e acabou se fixando em Curitiba, agitando a cena musical
local.
Rubens Marques Farias, em sua dissertação Orquestra Sinfônica do Paraná - da Ópera Sidéria à Sagração da Primavera - Curitiba 1912 a 2012, também traz a curiosa informação, a fls 36, de que:
A Companhia se apresentou no antigo Theatro Guayra. Depois destas
apresentações, a Companhia dissolveu-se; porém Kessler e o tenor Jorge
Wulcherpfennig optaram por ficar na capital paranaense.
Jorge Wulcherpfennig |
Voltando ao trabalho de Wilson Lemos Junior e Maria Elisabeth Blanck Miguel, a fls. 04 do trabalho divulgado on line, O CONSERVATÓRIO NACIONAL DE CANTO ORFEÔNICO COMO INSTITUIÇÃO MODELO E A EXPERIÊNCIA NO PARANÁ, como o Maestro Kessler continuou movimentando a vida cultural curitibana.
Explicam os estudiosos, a fls 03 e 04 do citado estudo, que:
Leonard
Kessler havia aproveitado o grande sucesso da estreia da ópera Sidéria, música
de Augusto Stresser e libreto de Jayme Brandão na qual ficou responsável pelos arranjos
orquestrais e pelos ensaios, no ano de 1912 na cidade de Curitiba. Isso consolidou
sua reputação de músico e professor respeitado, facilitando assim a criação e o
posterior sucesso do Conservatório do Paraná passando a se chamar em 1916 de Conservatório
de Música do Paraná.
(...)
Apesar
de criado no ano de 1956, pode-se dizer que o Conservatório Estadual de Canto
Orfeônico teve sua origem no Conservatório de Música do Paraná, criado em 1913
cujo diretor primeiramente foi o maestro Leonard Kessler e posteriormente Antônio
Melillo. É certo que no início do século, as escolas de música eram em sua maioria,
de caráter particular nas quais ou reuniam-se dois ou três músicos que organizavam
as aulas, ou eram instituições compostas por um grupo maior liderado por um
professor. Foi nessa segunda situação que o músico Leonard Kessler, conhecido como
Léo Kessler criou em 1913 o Conservatório do Paraná. Segundo SAMPAIO:
Os grandes músicos da época foram
convidados para formarem o corpo docente: a pianista Amélia Henn dirigia a
classe de piano; o prof. Seyer, a classe de violino; o prof. Wucherpfenning,
canto; e o prof. Barletta, violoncelo. E mais: o maestro Romualdo Suriani, as
jovens Ruth Pimentel, Maria José Assumpção, Ignez Colle, Margarida Silva, entre
outros. Com a ida do maestro Kessler para Santa Catarina, a direção do Conservatório
passou para o prof. Seyer. E, após a morte de Kessler assumiu o prof. Antônio
Melillo, ficando como diretor até a extinção daquela casa de ensino.
Em 1913 fundou o Conservatório do
Paraná que já no primeiro ano de funcionamento atraiu mais de 200 alunos. Convidou
os melhores músicos da terra para nele lecionarem, o que aumentou ainda mais
seu prestígio. Grande a colaboração que recebeu o prof. Ludovico Seyer (SAMPAIO,
1980, p.159-160).